sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sociabilização Felina


Por Equipe Cão Cidadão

A sociabilização é um assunto em alta nos artigos sobre cães. No entanto, também é algo muito importante no desenvolvimento dos gatos. Embora não seja o único fator que determinará se o bichano será ou não mais amigável quando se tornar adulto, o procedimento contribui bastante para isso. Mesmo um filhote brincalhão e corajoso, pode se tornar medroso se não for bem sociabilizado com várias pessoas, com outros gatos e animais de outras espécies, por exemplo.

Período de sociabilização
Como vocês já leram aqui no blog, assim com os cães, existe um período mais propício para realizar a sociabilização, e no caso dos felinos se inicia na segunda de vida e se estende até apenas até a sétima semana. Durante esse período as relações sociais são formadas de forma mais fácil e rápida. As brincadeiras com outros animais também começam nesta época, antes do interesse por brincadeiras com objetos. Após este período a sociabilização pode continuar sendo feita e as relações sociais podem ser formadas, porém, cada vez de modo mais lento e envolvendo um trabalho muito maior de aproximação.


Outros fatores
Mas tenha em mente que, mesmo uma intensa sociabilização do filhote, não há uma garantia de que o comportamento do adulto será amistoso, pois isso pode variar muito devido a fatores genéticos, maternos, manipulação precoce e as próprias experiências do gato. A sociabilização é um dos fatores de um conjunto que contribui para que o gato se sinta confiante e mais amigável em suas relações sociais.


A reação da mãe na presença de estranhos, por exemplo, também influencia o comportamento dos gatinhos. Filhotes de mães subnutridas podem apresentar déficits no crescimento de algumas regiões cerebrais, atrasos no desenvolvimento, redução na capacidade de aprendizado, comportamento anti-social com outros gatos, medo excessivo e agressividade. E muitas dessas alterações não aparecem no filhote, mas quando o bichano já é adulto.

A separação precoce do filhote de sua mãe também acarreta problemas como medo de pessoas e outros animais, reativo a novos estímulos e dificuldade de aprendizado.
Já a manipulação precoce dos filhotes por várias pessoas melhora as relações sociais entre ambos e acelera o desenvolvimento físico e do sistema nervoso dos felinos. Os gatinhos pegos e levemente tocados todos os dias abrem os olhos mais rápido, exploram o ambiente mais cedo e têm menos medo de pessoas.


Os riscos
Entre duas e sete semanas, o gatinho passará pelo desmame, tomará vermífugo e vacinas. Diferente dos cães nem todas as principais viroses felinas são prevenidas pela vacinação e mesmo um gato vacinado corre risco de contraí-las.


O risco da sociabilização do filhote com outros gatos saudáveis e vermifugados que vivem apenas dentro de casa é pequeno. Muito menor do que a decisão de deixar o gato ter acesso a rua entrando em contato com outros bichanos.

O contato gradativo com animais de outras espécies, como cães e com pessoas não traz muitos riscos. Mas lembre-se da segurança para que ambos os bichos machuquem. Aqui no blog você encontra vídeos e outros artigos com dicas para fazer esta apresentação.
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Texto Claudia Terzian (adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão)

Revisão Alex Candido

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