segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vantagens de escolher um vira-lata

Adotar um cão ou gato sem raça definida pode ser tão bom para o animal
quanto para quem o acolhe em sua família. Saiba por que.


Os pets de raça são realmente encantadores. Lindos, fofinhos, eles seduzem até quem não é muito chegado a bichos de estimação. Difícil resistir a eles, não é mesmo?
Mas, para quem ama, de fato, os animais, é mais difícil ainda não ficar enternecido com um cachorro de rua, cujo olhar pede apenas um pouco de comida e carinho.

Vira-latas estão menos sujeitos a desenvolver doenças
Crédito: Flickr/CC - Jucá Costa

Os vira-latas, como são mais conhecidos, são animais resultantes da mistura de várias raças; por isso, são também denominados SRDs (sem raça definida). Eles são produto da seleção natural, na qual sobrevive o mais forte, enquanto que os de raça, de uma seleção artificial. “Os vira-latas são mais resistentes que os animais de raça e são menos propensos a desenvolver doenças genéticas e hereditárias”, diz Gabriela Toledo, médica veterinária e presidente da PEA (Projeto Esperança Animal), uma entidade ambiental que tem como objetivo lutar contra os maus-tratos aos animais.

Otites, problemas cardíacos, respiratórios, de coluna, úlceras de córnea e tumores. Essas são algumas das enfermidades a que os bichinhos de raça estão sujeitos. “O que está acontecendo com esse ‘tal’ de aprimoramento de raças é o surgimento de animais cada vez mais doentes”, afirma a veterinária, que já testemunhou diversos casos de cães SRDs idosos e saudáveis, e cães de raça que tiveram sua vida abreviada ou que conviveram a vida toda com alguma doença incurável.

Mas isso não significa que vira-latas dispensem cuidados. Como todo animal, ele precisa ser vacinado, vermifugado, esterilizado, ir regularmente ao veterinário para que seu responsável receba orientações corretas a respeito de exercícios, alimentação, prevenção contra pulgas e carrapatos etc.

Além de serem mais fortes e saudáveis, os SRDs demonstram mais gratidão, principalmente aqueles retirados da rua. “O cão que conheceu o abandono, os maus-tratos, a dor, a fome, a sede, o frio, é infinitamente mais grato”, assegura a presidente da PEA, que já resgatou mais de 100 animais entre cães e gatos, muitos já adultos, que, geralmente, são preteridos na hora da adoção.

Puro preconceito. Os vira-latas adultos se adaptam mais facilmente a um novo lar do que um filhote. No caso dos cachorros, latem menos, não precisam de tanta atenção e cuidados, são mais tranquilos na maioria das vezes, aprendem com facilidade truques, onde devem fazer as necessidades e muitos, por permanecer sempre atentos à movimentação da rua, são ótimos cães de guarda.
E aí, se animou? Então comece a procurar seu novo amigo. A PEA divulga, em seu site, cães e gatos para adoção, a Adote um Gatinho encaminha bichanos abandonados donos responsáveis. E, assim como essas, há outras entidades e ONGs que lutam para conseguir um lar a um bichinho de estimação. Talvez algum esteja esperando por você.

Esterilização: bom para seu pet, ótimo para sua cidade

Além de evitar várias doenças, 
a castração ajuda a diminuir o número de animais abandonados

Muita gente ainda torce o nariz quando o assunto é a castração de seus bichos de estimação. É comum os donos acharem que ele ficará gordo e apático, mas isso só acontece se o animal não se exercitar regularmente e não for estimulado a brincar.


CCZ/SP tem 346 cães e 57 gatos à espera de um lar
Crédito: Flickr

A esterilização só traz benefícios para a saúde do seu pet, pois previne várias doenças. Uma fêmea operada antes do primeiro cio tem o risco de adquirir câncer de mama e infecção uterina diminuído em 90%; um macho castrado antes dos seis meses tem menos chances de ter tumor na próstata e ou no testículo. Ambos ficam livres de contrair doenças sexualmente transmissíveis e de perpetuar doenças genéticas como epilepsia, catarata, displasia coxofemoral etc.

Além disso, a castração evita, nos machos, a marcação de território pela urina – aqueles xixis indesejáveis em toda casa -, diminui a agressividade e evita fugas. Os gatos, em particular, ficam mais caseiros, não vão para muito longe em busca de fêmeas no cio e não se envolvem tanto em brigas. As gatas se tornam menos nervosas e, como não têm cio, menos barulhentas.

Abandono
Um dos maiores problemas que os municípios enfrentam atualmente é o abandono de animais, consequência, entre outras coisas, da falta de informação a respeito da castração. Não, é claro que você não irá desamparar seu bichinho, mas, infelizmente, muitas pessoas deixam suas fêmeas procriarem livremente e largam seus filhotes à própria sorte.

De acordo com a PEA (Projeto Esperança Animal), uma cadela e seus descendentes podem gerar até 73 mil cães; uma gata e seus descendentes podem gerar até 240.000 gatos. Isso em ap
 “Com a castração, damos um passo importante para conter o ciclo de abandono de animais”enas seis anos., afirma Gabriela Toledo, médica veterinária e presidente da PEA, que vê nessa atitude “um ato de amor, respeito pelos animais e cidadania”.

Para minimizar esse problema, o CCZ/SP (Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo) tem, desde 2001, o Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos, que prevê a esterilização cirúrgica gratuita dos pets através de convênios com entidades sem fins lucrativos e clínicas veterinárias. No ano passado, cerca de 50 mil animais passaram pelo procedimento e, este ano, a expectativa é dobrar esse número. Só em seu abrigo, o CCZ/SP tem 346 cães e 57 gatos à espera de um lar responsável.

O abandono de animais, além de ser um ato de covardia e crueldade, é um crime de maus-tratos, previsto na lei federal no. 9.605/98, Art.32, e quem o pratica está sujeito a pagar multa e à prisão de três meses a um ano.

Então não perca mais tempo. Se seu pet ainda não foi castrado, leve-o ao veterinário, peça que ele explique a você todo o procedimento. Quem ama um bichinho, zela, não só pela sua saúde, mas também pelo bem-estar dos outros animais.

Fonte:
Petmag.uol.com.br/noticias
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