Policial usa spray de pimenta contra cachorro na favela da Rocinha, no Rio
Domingos Peixoto/Agência O Globo
O flagrante ocorreu no domingo (6) depois de um confronto entre policiais e traficantes que tentam retomar o controle da favela. Em nota, a Polícia Militar afirmou que o coordenador do policiamento da Rocinha, major Édson Santos, está preparando um relatório sobre o episódio.
O documento inclui a defesa apresentada pelo policial militar que usou o spray, cuja identidade não foi divulgada pela assessoria da corporação. Na versão dele, no momento em que lançara o spray, o cachorro “simbolizava uma ameaça à integridade física dos policiais”.
O porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, afirmou que a cadela estava agressiva porque perdeu os filhotes há pouco tempo.
O dono do animal, um morador identificado como José Luiz Francisco, também foi chamado para depor. Segundo informações da PM, a cadela passa bem, e não houve consequências mais graves em função da atitude do policial militar.
Tensão e confrontos
Após seis meses da operação que simbolizou a ocupação da Rocinha, sem nenhum tiro disparado, a maior favela da zona sul do Rio vive novamente uma fase de insegurança e tensão em razão dos vários confrontos recentes envolvendo policiais e grupos de traficantes que batalham para retomar as bocas de fumo da comunidade.
O último tiroteio intenso ocorreu na madrugada deste domingo (6), o que levou a Polícia Militar a reforçar a segurança nos principais acessos da Rocinha.
Um homem ainda não identificado acabou sendo baleado -- não foram divulgadas informações sobre o quadro clínico do suspeito.
A disputa explícita entre quadrilhas de traficantes interessados em uma retomada do crime organizado na região resultou em uma onda de homicídios e outros tipos de delitos que transformaram a Rocinha em um ponto crítico da política de segurança do Estado.
Entre os meses de fevereiro e abril, a Polícia Civil registrou mais de dez assassinatos, entre os quais a do líder comunitário Vanderlan Barros, o Feijão.
De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, ainda não há uma definição sobre a data em que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha será efetivamente inaugurada. Atualmente, cerca de 700 agentes atuam no patrulhamento da comunidade.
Fonte:
noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias
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