quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CCZ: abrigo de animais ou lugar de extermínio?

A falta de políticas públicas efetivas no combate à superpopulação de cães e gatos, aliado à irresponsabilidade de muitos donos, causa o sofrimento e a morte de bichos de companhia
A lei estadual no. 12.916/08, que proíbe a eutanásia de animais sadios nos CCZs de São Paulo, parece que ainda “não pegou”, assim como muitas leis brasileiras que não são cumpridas, ou porque não há fiscalização ou por serem mal-formuladas. Com isso, muitos cães e gatos são sacrificados – ou melhor, assassinados – sem ter a chance de encontrar um lar responsável.
Câmara de gás, enforcamento e tiros de pistola 
são alguns dos métodos utilizados para sacrificar pets saudáveis
Crédito: Flickr/Creative Commons – Adote um Amigo BH

De que adianta impedir a morte de seres inocentes, se não há políticas públicas efetivas para combater o aumento populacional de bichos de companhia? É preciso conscientizar a sociedade da guarda responsável, promover uma ampla campanha de esterilização desses animais, mais feiras de doação e punir com rigor os maus-tratos.

E não se pode mais ficar alienado às precárias condições que se encontram os abrigos municipais de todo o Brasil: falta de higiene e espaço, alimentos e remédios vencidos, cães e gatos sem tratamento adequado. Um mero depósito de animais com data marcada para morrer. Quando eles chegam aos CCZs, há um período mínimo de três dias para a “eutanásia”, termo que não pode ser aplicado a todos os abrigos, pois muitos animais morrem em câmaras de gás ou descompressão, pauladas, tiros de pistola, eletrocussão ou por enforcamento.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) já concluiu, na década de 1980, que não há evidências de que o extermínio sistemático de cães seja a solução para o fim da disseminação da raiva. De acordo com a entidade, somente a vacinação dos animais, e campanhas educacionais para a esterilização e a guarda responsável são eficazes, além de menos onerosas aos cofres públicos.

Então fica a pergunta: quem ganha com a vigência desse modelo caro, antigo, ineficaz e cruel de controle de zoonoses? Certamente, não é a população, muito menos os animais que estão nas mãos de donos irresponsáveis, que os abandonam como quem joga fora um utensílio incômodo e sem utilidade.

Em abril de 2009, protetores fizeram uma manifestação em frente ao CCZ da cidade de São Paulo. Na época, já com a lei em vigência, havia suspeitas de que cães e gatos estavam sendo sacrificados.
Infelizmente, o slogan da manifestação ainda vale: “CCZ: Ou muda ou fecha.”

Fonte:
petmag.uol.com.br/noticias
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