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Você e sua família vão passar o fim de semana, o feriado ou período de férias fora de casa. Para quem tem animais de estimação, a primeira questão que surge, imediatamente à decisão de viajar, é sobre onde deixar o cachorro nos dias em que a família estará ausente. As três opções mais comuns para estes casos acabam sendo hospedar o cão em um hotel de animais, deixar com um amigo ou manter o cachorro em casa, sozinho, mas com uma pessoa responsável por alimentá-lo e levá-lo para passear.
Para a veterinária Camila Sakavicius, responsável pelo canil Emporium dos Cães, ao escolher a terceira opção, a família precisa estar preparada para correr muito risco. "E se o cão torcer a pata, tomar uma picada de inseto ou cortar a pele? Só terá uma visita depois de 12 ou 24 horas e isso pode ser tempo demais para esperar. É uma opção que pode ser perigosa para o animal. Todo cuidado é pouco. O pet pode virar o pote de água e ficar desidratado, entre outros. Pode ser uma alternativa para cães que não se adaptam aos novos ambientes, mas é um risco muito grande", argumenta Camila.
Aldo Macellaro Júnior, veterinário e responsável pelo hotel fazenda para cães Clube de Cãompo, comenta que se for para passar um dia sozinho, o animal que não sofre de ansiedade de separação pode ficar bem em casa, desde que os cuidados para garantir acesso à alimentação e água sejam devidamente tomados. Mas ele também vê desvantagens.
"Ficar sozinho em casa pode ser uma experiência estressante e perigosa, pois tudo na casa lembra os donos através da memória olfativa e eles não estão presentes. Isto pode levar a uma ansiedade de separação grande, com sintomas físicos e psicológicos", avalia o veterinário.
No caso de um amigo ou parente estar disposto a cuidar do cachorro durante sua ausência, você deve avaliar as condições desta hospedagem antes de optar por ela. A primeira observação dos veterinários quanto a isso é que você precisa ter certeza de que não está colocando as pessoas em situação constrangedora ao solicitar este favor. "Pedir a outra pessoa para cuidar de um animal pode gerar um certo mal-estar, tanto pela dificuldade em se recusar o pedido quanto pela responsabilidade da tarefa", afirma Aldo Macellaro.
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A veterinária Camila Sakavicius ressalta que os anfitriões podem não estar acostumados com a presença do pet em casa e os cuidados com porta aberta, piscina e escadas podem tornar a estada do seu cão perigosa. Ela também adverte que seu amigo ou parente pode acabar criando hábitos ruins no cachorro.
"Se o cão for mimado demais, voltará com problemas de comportamento que ele nunca teve. Por exemplo, você ensinou a não pedir comida enquanto a família almoça, mas seu amigo vive dando petiscos enquanto faz as refeições. Quando seu animal voltar, ele passará a pedir comida e somente os donos poderão consertar esta situação", exemplifica a veterinária.
Se a casa que vai receber seu animal de estimação tem outros cachorros, podem ocorrer problemas de convivência, mesmo que seu cão e os demais se conheçam de passeios e sejam amigos. Os veterinários explicam que os cachorros ficam diferentes quando não estão em seu território e, por outro lado, a hierarquia e dominância dos animais da casa pode disparar agressividade e conflitos por brinquedos, comida e atenção.
Deixar o cachorro com amigos ou em hotel são opções bem parecidas do ponto de vista do animal. "Hotel ou casa de amigos é um ambiente diferente para o cão. O processo de apresentação e adaptação a um novo local é o mesmo. Deve ser feito de modo gradual para que o animal entenda que aquilo é algo transitório e que ele voltará para casa", esclarece Aldo Macellaro.
Ele cita ainda que, a partir do momento que se estabelece uma associação positiva do novo local, o cão se sentirá bem no ambiente pelo período que for, por isso é importante que os donos hospedem o cachorro sempre no mesmo hotel, por exemplo.
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Não existem certificações que atestem a qualidade e confiabilidade dos estabelecimentos que oferecem hospedagem para animais de estimação, mas todos os hotéis para cachorro são obrigados a ter um veterinário responsável pelo local. Além disso, a empresa deve ser registrada no Conselho de Medicina Veterinária da região onde fica. O primeiro passo para escolher um hotel é visitar o local com seu cachorro e observar.
"O ponto mais importante é confiar nas pessoas que cuidarão do seu animal. Converse bastante e observe as atitudes com os outros hóspedes. Analise como é a relação dos outros cães com o responsável pelos animais e vice-versa. Verifique se os pets pedem carinho, se ficam felizes ao vê-lo. É claro que alguns cães são mais tímidos e não se aproximam do cuidador, mas isto tem de ser exceção. Se a maioria dos cães se comportar desta forma, pode haver algo errado", orienta a veterinária Camila Sakavicius.
Aldo Macellaro explica que durante a visita os donos devem observar a limpeza e o cheiro do local, saber se existem veterinários responsáveis pelo hotel, se os funcionários ficam 24 horas ou se os animais ficam desatendidos após o expediente.
"Procure saber também como será a rotina dos animais hospedados, se eles ficam trancados, se fazem atividades físicas, se os cães são separados de acordo com o porte, se os canis são termicamente confortáveis, como é o acesso do animal à água, se o local faz uma hospedagem profissional ou se é apenas mais uma das atividades que a empresa oferece, se exigem vacinação e antipulgas dos animais. Observe também como estão os hóspedes no local e procure conversar com pessoas que já utilizaram o serviço", completa Aldo.
Para ajudar o cão a lidar com essas situações, os veterinários destacam que os donos devem investir em socialização desde quando o animal é filhote, ensinando-o a ficar na companhia de outras pessoas e animais. "É importante saber como o cão reage em locais diferentes. Verifique se viajar e conhecer novos locais é prazeroso ou se a cada lugar visitado ele fica apreensivo", menciona Camila.
Fonte:
Bbel.uol/variedades/post
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