terça-feira, 24 de maio de 2011

Interior de São Paulo vive onda de matança de animais.

ANA SOUSA DE RIBEIRÃO PRETO

A vira-lata Cindy foi encontrada morta após ser espancada em Sales Oliveira (363 km de São Paulo) há menos de um mês. O caso faz parte de uma série de mortes criminosas de animais registradas no interior paulista.
Segundo representantes de ONGs de proteção animal e delegados ouvidos pela Folha, ao menos outros 80 animais foram encontrados mortos em Sertãozinho, Ribeirão Preto, Sales Oliveira e Campinas em dois meses.

Na maioria dos casos, há sinais de envenenamento.
Em Sales, além de Cindy, outros 15 animais morreram desde abril. Eles eram de um grupo de 20 abrigados de maneira improvisada num recinto de exposições.

O delegado Clodoaldo Vieira diz que ainda não há suspeitos, mas admite a possibilidade de as mortes deste ano estarem relacionadas com as 50 mortes por envenenamento do ano passado.
Em Ribeirão, 46 animais (gatos, gambás e uma cadela) foram envenenados na segunda "chacina" do ano - na primeira, em março, foram dez os mortos.
Em Campinas, pelo menos um animal é morto em média por mês, segundo a delegada Rosana Mortari, além de casos em rituais de magia negra. Em Sertãozinho, voluntários dizem ter encontrado 15 gatos mortos.
Para o presidente da ONG Arca Brasil, Marco Ciampi, a superpopulação de animais de rua cresce proporcionalmente ao desenvolvimento do segmento pet.
Para ele, é preciso difundir o conceito de posse responsável e investir em políticas públicas -como a castração- para reduzir a população animal e evitar crimes.
Cães em canil provisório no município de Serrana;
quatro cidades do interior de SP tiveram 80 casos de mortes
Crédito Imagem: Edson Silva - 21.mai.11/Folhapress


ABRIGOS LOTADOS

Os abrigos para animais de rua estão no limite ou além da capacidade em várias cidades. A lotação está relacionada, em parte, à lei estadual de 2008, que proibiu o sacrifício de animais capturados.
O "inchaço" também pode ser explicado pelas baixas taxas de castração e adoção e altos índices de abandono.
Em Ribeirão Preto, cerca de 50 animais chegam ao canil do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) por semana contra 40 doados por mês.
Sem canis próprios, alguns municípios fazem parcerias com a iniciativa privada ou improvisam abrigos.

Esse é o caso de Serrana (313 km de SP). Um canil provisório foi montado em um antigo drive-in. De acordo com a prefeitura, o projeto de um novo abrigo está sendo desenvolvido.

Fonte:
Folha.com / Uol / Cotidiano
Link:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/919211-interior-de-sao-paulo-vive-onda-de-matanca-de-animais.shtml

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