sexta-feira, 3 de junho de 2011

Protetora dos animais morre e deixa abrigo com 300 cães.

Sob tutela de ONG, canil precisa de voluntários e adoções

Eduardo Ribeiro, do R7

Animais aguardam adoção no canil da Dona Jane
Crédito Imagem: Daia Oliver/R7

Foi em meados dos anos 1970 que a senhora Jane Pentiocinas começou a lutar por sua grande paixão, os animais. A primeira causa que ela abraçou foi cuidar de gatos abandonados, no Centro de São Paulo, no lugar conhecido hoje, não ao acaso, como Favela do Gato.
Com o fechamento do abrigo, Dona Jane continuou empenhada. Descendente de família judia, ela, aos poucos, abandonou a carreira artística no teatro e investiu todos os seus bens, recursos e imóveis para construir um abrigo de cães em uma chácara na região de Parelheiros, onde já chegou a abrigar cerca de 700 animais.
Ao terreno, ela deu o nome de “Chácara dos Meus Amores”, e ali viveu protegendo seus queridos até o dia 19 do mês passado, quando foi encontrada morta, caída no chão. Em uma das mãos, uma lanterna, na outra, a panelinha que usava para colocar ração para os cães. Dona Jane estava com 82 anos.
Desde a morte de Dona Jane, a situação ficou complicada para os 300 cães abrigados no local. Por sorte, ela não estava sozinha na causa. Sua filha, a advogada Claudia Pentiocinas, e o genro, o publicitário Stefano T. Colaiori, também ajudavam a cuidar dos cães, contou Colaiori ao R7. E continuam ajudando.

- Em 2007, nós decidimos ampliar a causa animal e ambiental e criamos a ONG Mundo Mais, da qual a chácara é apenas uma das frentes. Desde que a Dona Jane morreu, ficou um pouco mais difícil cuidar de tudo, por isso seguimos na luta procurando pessoas interessadas em adotar os cães e colaborar com ração, remédios, castração, esse tipo de cuidado.
Segundo Colaiori, que é presidente da ONG, a média de adoções tem sido de dez cães por mês. E esse número precisa crescer, pois, com o baixo rodízio de animais abrigados na chácara, é complicado suprir todas as necessidades.

- Como a chácara existe há bastante tempo na região e todo o mundo conhece a nossa luta, o número de cães que são abandonados, amarrados ao portão ou mesmo deixados na porta, é inacreditável. Principalmente os pitbulls já crescidos.
Colaiori revela alguns casos absurdos, como de pessoas que chegam a “arremessar” os pets por cima do muro da chácara.

- Uma vez, jogaram um poodle para dentro do terreno, e o animal acabou morrendo com a queda. Também já jogaram uma porção de filhotes dentro de um saco. Por isso que uma das frentes da ONG é divulgar a ideia da posse responsável.
Apesar das dificuldades, o pessoal da Mundo Mais tem conseguido fazer um bom trabalho. Os animais que a reportagem observou no local estão limpos e visivelmente saudáveis. Atualmente, uma rede de colaboradores que inclui veterinários ajuda a suprir 40% das necessidades gerais. O que falta mesmo é gente interessada em adotar.

Para colaborar, acesse: www.mundomais.org.br

Fonte:
R7/Entretenimento/Bichos/Notícias
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