sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Doença e morte de animais podem causar depressão”

Os animais de estimação são parte da família moderna. Recebem atenção e mimos, entram em casa, dormem muitas vezes na cama dos donos e recebem tratamento igual ao dado às pessoas.
Assim, não é de se estranhar que a morte de um pet seja sentida com a mesma tristeza que a partida de um amigo próximo.

Um estudo da Universidade de Michigan-Flint analisou como 174 adultos que perderam um cão ou gato reagiram à morte do pet.
Os resultados mostram que 85,7% dos donos apresentaram ao menos um sintoma de luto nos momentos iniciais.
Após seis meses, a dor ainda era sentida por 35,1% dos adultos, e mesmo depois de um ano 22,4% das pessoas ainda sentiam os efeitos da partida.
Os autores da pesquisa alertam que a perda de animais de estimação deveria receber atenção clínica, especialmente se a pessoa era muito apegada ao bichinho.

“A depressão após a perda de um animal de estimação pode acontecer, sobretudo com crianças e idosos”, afirma Mário Marcondes, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira.
No caso das crianças, a falta de compreensão sobre a morte costuma gerar confusão e nervosismo.
Já para os idosos, que têm muitas vezes os pets como verdadeiras companhias, a perda do animal pode resultar em um quadro severo de tristeza e ansiedade.

“Por isso oferecemos no hospital o serviço gratuito de acompanhamento psicológico para os donos de animais em estado crítico”, diz Mário. A psicóloga é acionada sempre que os veterinários que atendem o caso desconfiam que a pessoa precisa de suporte.
Por meio de conversas, a psicóloga explica que muitas pessoas passam por isso, e ajuda o dono a lidar com o luto. Também é discutida a possibilidade de adquirir um novo animal, ou esperar um tempo para preservar a memória do companheiro falecido.

Nos casos de animais que passam por tratamentos severos como a quimioterapia, cabe ao profissional garantir que o dono terá condições emocionais de lidar com a própria dor, para cuidar do pet da forma adequada.
“O animal precisa de um dono saudável para cuidar dele, dar a medicação e reportar os sintomas observados aos veterinários, afirma o diretor.
Afinal, na saúde e na doença, o proprietário é responsável por seu melhor amigo.

DICAS E CUIDADOS PARA RESGATAR CÃES E GATOS DE RUA

Tem gente que não consegue ver um animal abandonado na rua, com cara de perdido e corpo de esfomeado.

A pessoa fica com tanta pena que coloca o bicho no carro e leva pra casa, com a intenção de achar um novo lar para ele.

José Rodrigues Xavier de Oliveira era desse tipo de gente, e chegou a ter 68 animais na chácara em que vivia.

“O engraçado é que ele nunca teve cachorro até se aposentar”, conta seu filho, o jornalista Alex Xavier. O primeiro cão adotado surgiu de uma forma inusitada.

Um dia a polícia cercou o sítio vizinho ao de José, em Itatiba, no interior de São Paulo. Para o seu espanto, lá morava um traficante. Após a sua prisão, os três cães do criminoso foram deixados pra trás.

Por um tempo, José pulou o muro para alimentar os animais, mas logo se cansou do exercício e resolveu adotar os pets.

Em pouco tempo o aposentado pegou gosto pela coisa e formou um verdadeiro abrigo para animais.

Quando José morreu, deixou saudades em 40 cães, todos saudáveis e bem tratados.

Mas agora o seu filho, o jornalista Alex Xavier, precisa encontrar uma casa para todos os pets, pois a chácara é alugada, e deve ser desocupada.

Os desfechos complicados para resgates de cães infelizmente não são raros.

Todos os meses, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo recebe o pedido de ajuda de pessoas que adotaram muitos animais mas não conseguem mais cuidar deles, seja por questões financeiras ou imprevistos na vida, como uma mudança de cidade.

“Muitas das pessoas que recolhem animais nas ruas acabam virando colecionadoras”, conta a veterinária Mônica Almeida, coordenadora do canil do CCZ.

Embora a lei estabeleça que em residências urbanas são permitidos apenas 10 animais (somando cães e gatos), Mônica já recebeu denúncias de pessoas com 120 bichos em uma única casa.

Mesmo quem possui poucos pets deve tomar cuidado ao resgatar um cão ou gato de rua. “A primeira coisa a se pensar é que você não sabe a origem do animal”, afirma Mônica. “É importante separá-lo dos outros bichos até avaliar o seu estado de saúde. Também é preciso vaciná-lo e desvermifugá-lo”.

Os gastos com a saúde do animal são os principais vilões para quem resgata pets de rua. Por isso, contar com uma ONG de apoio é uma ótima medida. “Muitas ONGs têm estrutura para ajudar a cuidar dos animais abandonados”, conta Rafael Rodrigues Miranda, fundador da Cão Sem Dono, que abriga cerca de 200 cachorros, e proporciona muitas adoções.

A organização oferece castração e vermifugação gratuitas para animais recolhidos e abrigados por voluntários, e ainda consegue descontos para as principais vacinas. “Além disso, ajudamos a divulgar os animais recolhidos, para que eles encontrem um novo dono”, diz Rafael.

Com ferramentas como a internet e as feiras de adoção, a ONG consegue muitos finais felizes para os pets que foram tirados da rua por pessoas de coração mole como o José.

Você já adotou algum animal? Conte para a gente!

Sociabilização Felina


Por Equipe Cão Cidadão

A sociabilização é um assunto em alta nos artigos sobre cães. No entanto, também é algo muito importante no desenvolvimento dos gatos. Embora não seja o único fator que determinará se o bichano será ou não mais amigável quando se tornar adulto, o procedimento contribui bastante para isso. Mesmo um filhote brincalhão e corajoso, pode se tornar medroso se não for bem sociabilizado com várias pessoas, com outros gatos e animais de outras espécies, por exemplo.

Período de sociabilização
Como vocês já leram aqui no blog, assim com os cães, existe um período mais propício para realizar a sociabilização, e no caso dos felinos se inicia na segunda de vida e se estende até apenas até a sétima semana. Durante esse período as relações sociais são formadas de forma mais fácil e rápida. As brincadeiras com outros animais também começam nesta época, antes do interesse por brincadeiras com objetos. Após este período a sociabilização pode continuar sendo feita e as relações sociais podem ser formadas, porém, cada vez de modo mais lento e envolvendo um trabalho muito maior de aproximação.


Outros fatores
Mas tenha em mente que, mesmo uma intensa sociabilização do filhote, não há uma garantia de que o comportamento do adulto será amistoso, pois isso pode variar muito devido a fatores genéticos, maternos, manipulação precoce e as próprias experiências do gato. A sociabilização é um dos fatores de um conjunto que contribui para que o gato se sinta confiante e mais amigável em suas relações sociais.


A reação da mãe na presença de estranhos, por exemplo, também influencia o comportamento dos gatinhos. Filhotes de mães subnutridas podem apresentar déficits no crescimento de algumas regiões cerebrais, atrasos no desenvolvimento, redução na capacidade de aprendizado, comportamento anti-social com outros gatos, medo excessivo e agressividade. E muitas dessas alterações não aparecem no filhote, mas quando o bichano já é adulto.

A separação precoce do filhote de sua mãe também acarreta problemas como medo de pessoas e outros animais, reativo a novos estímulos e dificuldade de aprendizado.
Já a manipulação precoce dos filhotes por várias pessoas melhora as relações sociais entre ambos e acelera o desenvolvimento físico e do sistema nervoso dos felinos. Os gatinhos pegos e levemente tocados todos os dias abrem os olhos mais rápido, exploram o ambiente mais cedo e têm menos medo de pessoas.


Os riscos
Entre duas e sete semanas, o gatinho passará pelo desmame, tomará vermífugo e vacinas. Diferente dos cães nem todas as principais viroses felinas são prevenidas pela vacinação e mesmo um gato vacinado corre risco de contraí-las.


O risco da sociabilização do filhote com outros gatos saudáveis e vermifugados que vivem apenas dentro de casa é pequeno. Muito menor do que a decisão de deixar o gato ter acesso a rua entrando em contato com outros bichanos.

O contato gradativo com animais de outras espécies, como cães e com pessoas não traz muitos riscos. Mas lembre-se da segurança para que ambos os bichos machuquem. Aqui no blog você encontra vídeos e outros artigos com dicas para fazer esta apresentação.
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Texto Claudia Terzian (adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão)

Revisão Alex Candido

Veja os cuidados com os felinos no verão

O gato tem uma temperatura corporal mais alta que a do humano, pois normalmente pode chegar a 39,2.

Mesmo assim, os bichanos também sentem calor, e quando o dia está quente demais para eles, os bichos ficam menos ativos e podem até parar de comer. Por isso, alguns cuidados são necessários com os gatos na estação mais quente.

Gatos de pelos longos podem ser tosados para aliviar o calor. É possível fazer somente a tosa no ventre e higiênica, o que já ajuda, ou tosar por igual.

Quando o pelo é tosado por igual, em em dois ou três meses o pelo volta a ficar longo, de acordo com a veterinária Luciana Deschamps, especialista em felinos.

Esses animais devem ser incentivados a beber água, principalmente com o calor, pois os gatos têm uma tendência a ter problemas renais. A veterinária Luciana conta que 40% dos felinos morrem por insuficiência renal.

Para incentivá-los a beber água, mantenha o pote sempre fresco, prefira potes de barro, e também coloque alguma fonte pela casa, pois há gatos que gostam de beber água em movimento, como em torneiras.

O veterinário da USP Archivaldo Reche Júnior acrescenta também que bichanos preferem beber água em recipientes maiores. “Ofereça em vasilhas com mais de 40 cm de diâmetro”, ensina.


Thinkstock

Só gato de pelos muito longos, e cuja pelagem faz nó, pode tomar banho.

Os de pelo longo que se deixam ser escovados não precisam, e a limpeza com língua que eles mesmos fazem já basta, como explica a especialista. “Eles têm enzimas na língua que fazem remoção de pó de bactérias”.

Ela adverte porém, que eles devem ser escovados uma vez ao dia para remover os pelos que caem.O professor da USP lembra o quão traumático pode ser um banho a um gato. “Estressa os bichos.

Com o banho, o gato perde o cheiro que é sua identidade.
Por isso, ele tende a se lamber compulsivamente, para voltar a ter o cheiro de antes.

Recomendamos apenas os banhos terapêuticos, com sabonetes ou xampus medicinais, quando o gato tem alguma doença dermatológica”, completa.

No calor, assim como os humanos, gatos também podem comer menos. Para incentivá-lo, mantenha a ração fresca e crocante.

E para ajudar a evitar problemas renais, respeite as indicações das rações para felinos, de acordo com a idade do bicho.